SAUDAÇÕES

BEM VINDO! BIENVENIDO! BENVENUTO! BIENVENUE! WELCOME! WILLKOMMEN!




TEMÁTICA DO BLOG

NOTÍCIA E OPINIÃO

Este blog trata de assuntos variados. Destacam-se os temas políticos, ideológicos, morais, sociais, e econômicos.

27 outubro 2008

Duas frases, duas idéias


Candidato da Obamafilia midiática: 

"Dentro de uma semana, vocês poderão virar a página quanto às políticas que colocaram a ganância e a irresponsabilidade de Wall Street à frente do trabalho duro e do sacrifício do trabalhador comum"

Obama

O "outro", segundo a mídia:

"Esta eleição resume-se a saber como você deseja que seu suado dinheiro seja gasto. Você quer ficar com ele e investir no seu futuro ou quer que ele seja tomado pela pessoa mais esquerdista a ter assumido o poder e pelos democratas que vêm liderando o Congresso há dois anos?"

McCain

25 outubro 2008

Monty Python - O sentido da vida


Os britânicos do grupo comediante, Monty Python, realizou um filme no começo da década de 80, chamado “Monty Python – O sentido da vida”. É um filme satírico dividido em episódios nos quais abordam assuntos basilares da vida humana como morte, Deus, família, economia, moral, política, guerra, sexo, e, é claro, o sentido da vida. Cada episódio trata de um tema diferente sob a ótica do cotidiano e das banalidades da vida.

É bem atual o primeiro episódio. Nele vemos uma seguradora que emprega vários velhos em sua contabilidade. Para fiscalizar o trabalho duro desses senhores, a seguradora mantém jovens elegantes. O ambiente é sufocante e ordeiro. Após uma demissão, os senhores se rebelam contra os jovens e a vida laboral. As cidades que são formadas como ilhas, e os prédios como navios remetem sempre ao mundo financeiro. Neste universo de quimera, os velhos levantam âncora e saem como piratas pelos mares das finanças em busca de ilhas financeiras da onde possam tirar os seus dividendos. Por mais estranho que pareça, o filme nos faz pensar na loucura da vida cotidiana e torna-se bem atual após ¼ de século.

Sugiro que assistam ao filme. Além de ser uma comédia de ótima qualidade, com tiradas surpreendentes e inteligentes que nos fazem meditar sobre a vida, é também um filme eclético quando mistura comédia, drama, musical e animações. Estas últimas lembram muito animações que vemos em clips de bandas reconhecidas como Oasis, e em programas de TV.  

Dois outros filmes da série são igualmente recomendáveis: A vida de Brian e Monty Python e o Santo Graal. 

24 outubro 2008

O telhado de vidro do Rei Molusco

Eu nunca alimentei simpatia pela neurose dos governos brasileiros ao longo da história em tornar o Brasil “líder” da América do sul. Muito pelo contrário, tenho grandes críticas a esse sonho de uma noite de verão dos tecnocratas do Itamaraty. Por outro lado, para um país que sonha em se fazer respeitar e não consegue impor-se aos visinhos em questões que o interessa diretamente, não é um país que se possa chamar de “líder”. Um exemplo dessa fragilidade de espírito que o governo Lula vem praticando é o Paraguai. O governo socialista do pilantra Fernando Lugo foi complacente com a invasão dos sem-terra paraguaios às propriedades de brasileiros e “brasiguaios” residentes no país das muambas. A violência generalizou sem que Celso Amorim expressasse de forma mais veemente a indignação brasileira. Esses acontecimentos ocorrem sob a égide de um governo que não é amigo do Brasil, é um país que já indicou ter intenções escusas quando quis e quer romper contratos jurídicos estabelecidos para Itaipu.

   Outro exemplo da efeminada ação brasileira na defesa dos interesses do país, é o caso da Bolívia e as incessantes ameaças que Morales representa para o Brasil nas questões energéticas. O Equador de Correa também atacou as empresas brasileiras no país. Como pode um país pleitear liderança sul-americana sem nem ao menos conseguir garantir condições para seus empresários agirem com certa segurança? Se esses países não são capazes de dar condições, que sejamos nós, amigos de asiáticos, europeus e outros americanos, de preferência os do norte. Mas também... O governo Lula não pode falar de Lugo porque financia e alimenta grande afeição ao MST, os nossos sem-terra são até piores do que os deles; não pode falar de rompimento de contratos se apóia a quebra de patentes de remédios como os do coquetel da AIDS; muito menos reclamar das ondas de estatizações da Bolívia e Equador se ele mesmo vive defendendo a Petrobrás e pretende criar uma estatal para exploração “nacional” da pré-sal. Sem falar que ele durante toda sua vive gritou os mesmos slogans desses safados.

   Não dá para atirar pedra no telhado dos outros quando o seu é de vidro, não é, Molusco? 

Caudilho "Conservador"

Quando Ronald Reagan assumiu a presidência dos Estados Unidos nos anos 80, ele implantou uma política econômica que havia professado em sua campanha eleitoral. Ele mantinha o seguinte slogan nos discursos: “O Estado não é a solução, é o problema”. Reagan era um homem que muitos consideravam inculto, para outros ele era intuitivo, mas possuía o dom de falar simples sobre coisas complexas. Desde que assumiu, sabia não valer a pena manter uma guerra fria no âmbito econômico ou até mesmo político, a despeito dos investimentos militares que ele acreditava serem necessários para impedir que um inimigo perdido botasse tudo a perder antes de desfalecer. O império soviético já não era um inimigo, era um adversário enfermo, e ele era cônscio disso.

Os Estados Unidos no começo da década de 80 apresentava uma inflação maior que 14% ao ano; o desemprego era altíssimo e crescia; alguns da “intelligentsia” norte-americana já profetizavam o fim do império americano, enquanto outros teciam elogios ao sistema estatal soviético. Reagan tomou algumas medidas que iam à contramão da tendência keynesiana seguida à risca nas décadas anteriores. Ele derrubou o dragão da inflação com uma política monetária implacável; cortou programas de assistencialismo social; combateu grevistas com determinação, remodelando o sistema laboral nos Estados Unidos, a flexibilização dos direitos trabalhistas contribuiu para a geração de 20 milhões de novos empregos, a exemplo de sua contemporânea britânica, Margareth Thatcher; reduziu os impostos às empresas e aos indivíduos. Neste último item, a redução para as empresas foi maior que 10%, e para os indivíduos, maior que 40%!

O resultado das medidas foi o crescimento econômico médio de 3,2% nos anos de seu governo; redução da taxa de desemprego com a criação de 20 milhões de novos empregos; o aumento dos ganhos médios das famílias norte-americanas. É verdade que ele não conseguiu segurar os gastos públicos em outros setores fora os gastos sociais, que criou um déficit público gigantesco; é verdade também que a balança comercial também gerou déficits, o que parcialmente se explica pela efervescência do mercado interno em busca de bens e commodities.

Mas o legado de Reagan para a nova ordem econômica mundial foi inegável. Ele, como conservador (“Conservador” nos EUA é um liberal para o resto do mundo. Lá eles têm uma nomenclatura inversa), desenvolveu a economia norte-americana e serviu de exemplo a ser seguido por diversos outros países. Obviamente, o Brasil não foi um destes.

O SOCIALISTA POP

De poucas coisas na vida eu tenho medo. Uma delas com certeza é a morte, que adquiri temor depois que deixei a adolescência, ― antes não tinha nem um pingo, a morte era praticamente uma companheira ―, a outra é de “chato”, ― dos dois tipos ―, mas principalmente do de sentido mais baixo. Chato enche o saco e às vezes incha a cabeça também. A morte eu não sei. Por isso temo ainda mais o chato.  

Fora medo, tem coisas que não gosto. Quando me apresentaram o bacalhau, odiei. Quem em são paladar poderia gostar de algo que fedia a um aracnídeo cabeludo que mulheres preservam? Era inadmissível tal proeza até que eu aprendi que vale dinheiro, e o status me levou a gostar do sabor. O dinheiro e o status levam as pessoas aos extremos e básicos. O básico ocorreu comigo quando passei a gostar de bacalhau e por extensão do aracnídeo também. O exagero foi continuar pagando pelos dois. Hoje não pago por nenhum dos dois e só como um, ou melhor, uma. Prefiro salmão e a minha moça.

Hoje em dia está cada vez mais fácil emitirmos opiniões e mais fácil ainda não usarmos as nossas. Não consegui ouvir ninguém da minha convivência que dissesse que não gosta do Obama. Quando eu dizia que ele era um populista e produto de consumo de uma sociedade norte-americana cada vez mais latina, diziam que eu estava louco. Pode até ser, mas nada me tira da cabeça que o candidato meio-afro-americano é socialista pop.

Um sujeito que defende subsídios aos mais pobres por serem pobres e com dinheiro de quem não é, ou professa o aumento de impostos para empresas (ele diz tratar de corte de subsídios tributários, o que na prática é aumentar imposto mesmo); fala em criação de empregos para sindicalistas e operários sem dizer nenhuma boa nova ao empresariado que são os que criam esses empregos para operários e sindicalistas; o homem que enche de emotividade os discursos que têm como tema a economia; que desdenha dos homens de Wall Street como se a riqueza da América não tivesse saído dali, entre outros slogans que ditos na Europa o colocaria no rol dos candidatos da esquerda do velho mundo; não pode ser considerado outra coisa senão socialista. Isso pra mim é socialismo na veia! É marxismo "à la américain", meu caro! (acreditem se quiserem).

O americano comum sabe falar do que gosta pela imagem, e quando não gosta do conteúdo, ele sabe, mas não fala. Com Obama é assim para o eleitorado branco, a imagem atende à ficção dos filmes futuristas onde a figura de um afro-americano sofrido conquista a altaneira posição presidencial. No mesmo sentido o eleitorado latino, em seu subconsciente político tão acostumado com líderes socialistas pop, vê no Obama uma forma familiar. O eleitorado negro, de forma velada, vota nele por questões raciais. Ele é visto como o rompimento de um paradigma e como o resgate de um passado ou dívida histórica que a América “deve” aos negros. Os brancos caíram na complacência de quem é devedor. Eles ficaram atraídos com a possibilidade de fazer o “fim feliz” dos filmes; e associaram a imagem do candidato da obamafilia ao homem que liquidará a dívida histórica. Para os judeus importa pouquinho McCain ou Obama. Ambos defenderam Israel inflamadamente em discursos às comunidades; só diferem quanto aos interesses. Para os que têm interesse interno, vale Obama; para os que têm interesses externos, vale McCain. Mas isso não chega a ser taxativo. Aos jovens ele é o pop consumível. Para os militares covardes ele é a esperança de sentar no sofá e comer batata frita. Para os da mídia, ele é a notícia pop e o show de todos os dias. Para os velhos, bom... Os velhos o vêem como o cara jovem e negro.

E para mim ele é o chato que não levará à morte da América, mas enche o saco e incha a cabeça de um brasileiro que sabe que a onda americana é surfe para o resto do mundo. Eu sei do que gosto, e dele não gosto. Não tenho problemas em emitir opinião própria quando ela não coincide com a da maioria. E Obama é para mim um exemplar socialista pop e the end.

23 outubro 2008

As cartas

Com a crise financeira generalizada, jornais, empresas e entidades financeiras norte-americanas estão recebendo dezenas de cartas ameaçadoras. As cartas acusam Deus e o mundo pela crise. Espécie de desabafo.

Acho que os autores das cartas são justamente os detentores de hipotecas podres... O subprime subiu às cabeças dos norte-americanos enquanto o saldo bancário descia...

16 outubro 2008

Nova regulamentação para os municípios

O Senado Federal aprovou nova regulamentação para criação de novos municípios. Antes dessa regulamentação, vimos nascerem municípios quase que por osmose celular. Todo aglomeradozinho de gente já queria se elevar ao status de ente federado. Aliás, essa história inovadora da Carta de 88 de colocar município como ente federado é uma bela de uma aberração. A maior parte dos países tem apenas províncias/estados e União; alguns incluem condados que seriam o equivalente a nossas micro-regiões dentro das províncias.
Essa nova regulamentação dará um freio razoável nos gastos com estrutura administrativa que novos municípios trazem. Mas ainda acho que é preciso analisar os prós e contras de uma emancipação. Critérios objetivos são sempre bons, mas alguma margem para a elasticidade racional deve haver. Imaginem os gastos extras que advêm de novos vereadores, prédios para abrigarem as repartições públicas, prefeitos, secretários, e todo aparato mínimo e “excessivo” para manter uma municipalidade de 4.000 almas?
Eu penso que cidades da região metropolitana de grandes municípios como Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre, deviam ter uma administração centrada na maior cidade da região. Muitos são os casos em que ações relacionadas à segurança, urbanismo, saúde, etc; poderiam ter eficácia maior, mas sofrem com divergências de competência. Embora eu entenda que distritos com certa distância geográfica, e importância econômica e populacional, devam se emancipar de suas cidades-pólo para melhor atender a seus habitantes.
Para os primeiros: a realidade diversa dos grandes centros impulsiona a uma centralização de competência e uma descentralização de gestão (ex: regionais de um mesmo município); para os segundos: a emancipação caso os efeitos da mesma sejam benéficos para seus cidadãos. O que não dá para agüentar são os municípios que recebem verbas devidas a uma municipalidade e possuem mais gente trabalhando na prefeitura do que nas ruas.
Se as coisas continuassem naquele ritmo, o Maracanã iria pedir sua emancipação. E não seria desagradável para os seus se pensarmos que ultimamente, com o pan, o estádio recebeu uma fortuna em investimentos em infra-estrutura.

08 outubro 2008

A volta do Homem de Fraque


Jornal da Globo anuncia que os credores espanhóis ressuscitaram uma classe trabalhadora que nos tempos do crédito fácil estavam desprestigiadas, são os homens de fraque. Vestidos a caráter... à la primeira metade do século XX, eles têm a nobre função de cobrar dívidas.

Achei cômico: Um homem de cartola, vestido com um fraque negro e camisa branca, além de uma mala com uma grande estampa que anuncia a função do portador, desce de um carro, igualmente estilizado e com o escopo publicado em letras garrafais. A vítima, lazarenta ou não, passa por uma tremenda vergonha ao saber o que toda vizinhança também saberá: cobrador a caminho! Na medida em que as coisas andam, acho que os vizinhos correrão pros armários.

Bom, na reportagem, um empresário do ramo das cobranças anuncia que já sabia há muito tempo que a demanda cresceria; providenciou a contratação de mais funcionários: alegria dos comediantes desempregados e dos costureiros.

Em Portugal, _ ou melhor, na internet _, encontrei um sítio português que presta esses serviços: http://www.ohomemdofraque.com/

No Brasil, vai ter muito advogado topando o trampo. Eu aconselho a contratação de traficantes, e ao invés de “homens de fraque”, adotemos a nomenclatura “homens do tráfico” e um slogan: “Homens do tráfico cobra suas dívidas e garante o pagamento do devedor... vivo ou morto.”

06 outubro 2008

Coquetel...

Sabe aquelas páginas das revistas nas quais publicam as opiniões dos leitores? Pois é, eu tenho o hábito de lê-las. Na revista Veja dessa semana (08/10/08, pág 39) foi publicada uma opinião interessante sobre os coquetéis para Aids feito por um leitor de nome, Fausto Ferraz Filho; transcrevo:

Aids entre os jovens (a respeito da reportagem “As alucinantes noites dos kamikazes”, de 1° de outubro)

Por que a maioria tem de pagar pelas loucuras de uma minoria? Os jovens contaminados pelo vírus da Aids porque desprezam o sexo seguro que paguem pelos coquetéis de remédios. Paguem com o próprio dinheiro, ou com trabalhos comunitários. Chega de bondades à custa do suor alheio.”

O cúmulo da complacência


Ingrid Betancourt; ― aquela ex-candidata franco-colombiana que fôra seqüestrada pelas FARC, e há pouco foi libertada ―; disse que acredita que tanto as FARC quanto o governo colombiano estão mais próximos de se acertarem.

Ela deve estar ainda sofrendo dos últimos resquícios daquela tal Síndrome de Estocolmo, na qual algumas pessoas seqüestradas criam certa afeição e complacência com os seus seqüestradores.

Não há que se falar em diálogo com terroristas; a coisa tem que ser na base do poder militar, força, iniciativa; tudo em um panorama estritamente militar. Evitar ingerências políticas, sociais, e de organizações internacionais que pregam apaziguamento. É preciso combater essa guerrilha de narco-terroristas, com o rigor com o qual se combate um inimigo externo. Apaziguamento não traz paz; muito pelo contrário, a experiência histórica mostra que todo apaziguamento fortalece aquele que não almeja a paz.

Pequenas operações é o padrão usado pelo governo colombiano. Nada mais errado do que isso. Quando se troca grandes ofensivas que podem gerar baixas do seu lado por pequenas operações, leva, inexoravelmente, a uma guerra prolongada e com baixas à prestação. Às vezes é preciso correr riscos mais altos para alcançar o que deseja. A Colômbia perpetuará essa guerra pela fraqueza do Estado, e pelo politicamente correto condescendente.

Lembrando que a segurança é uma função primordial do Estado.

04 outubro 2008

Resenha da primeira dissertação do "Genealogia da moral" de Nietzsche


Nietzsche principia a obra circunscrevendo o ambiente mental no qual emergiu suas primeiras indagações a respeito da moral. Fala dos estímulos da infância, e das idéias que antes eram aceitas e praticadas por ele. (cita inclusive o “imperativo categórico” de Kant). Deixa claro também a interdependência do livro “Genealogia da moral” ao “Humano, demasiado humano”; nas palavras de Nietzsche:

Meus pensamentos sobre a procedência de nossos preconceitos morais - pois disso se trata neste escrito polêmico - receberam sua primeira, parcimoniosa e provisória expressão naquela coletânea de aforismos que leva o título Humano, Demasiado Humano. (...)  Eram, no principal, já os mesmos pensamentos que retomo nas presentes dissertações: - esperamos que o longo intervalo lhes tenha feito bem, que eles se tenham tornado mais maduros, mais claros, mais fortes, mais perfeitos!”

Nesse prelúdio, vemos um Nietzsche que, em infância, se atrelou à moral teológica; e fez dela, a posteriori, objeto de estudo e descrédito. Mais adiante, o filósofo abandona a busca pelo mal em Deus e vira-se para a moral mundana, aquela angariada nas vísceras da civilização branca-cristã-ocidental:

“Felizmente aprendi a tempo a separar o preconceito teológico do moral, e não procurei mais a origem do mal atrás do mundo. Algo de escolaridade histórica e filológica, inclusive um inato sentido seletivo em vista de questões psicológicas em geral, transmudou em breve meu problema neste outro: sob que condições inventou-se o homem aqueles juízos de valor, bom e mau? e que valor têm eles mesmos? Obstruíram ou favoreceram até agora o prosperar da humanidade? São um signo de estado de indigência, de empobrecimento, de degeneração da vida? Ou, inversamente, denuncia-se neles a plenitude, a força, a vontade de vida, seu ânimo, sua confiança, seu futuro?”

Ainda nesta introdução ao leitor, Nietzsche delimita ainda mais seu tema, excluindo a repugnância mundana de seu mestre, Schopenhauer. (Pois como “mestre”, ele trata Schopenhauer); depositando-o no mesmo banco dos réus de  filósofos como Platão, Spinoza, La Rochefoucauld, Kant e, por extensão, toda a mentalidade moral européia de compaixão, como se vê nessas linhas:

Mas precisamente contra esses instintos manifestava-se em mim uma desconfiança cada vez mais radical, um ceticismo cada vez mais profundo! Precisamente nisso enxerguei o grande perigo para a humanidade, sua mais sublime sedução e tentação - a quê? ao nada? -; precisamente nisso enxerguei o começo do fim, o ponto morto, o cansaço que olha para trás, a vontade que se volta contra a vida, a última doença anunciando-se terna e melancólica: eu compreendi a moral da compaixão, cada vez mais se alastrando, capturando e tornando doentes até mesmo os filósofos, como o mais inquietante sintoma dessa nossa inquietante cultura européia; como o seu caminho sinuoso em direção a um novo budismo? a um budismo europeu? a um - niilismo?... Pois essa moderna preferência e superestimação da compaixão por parte dos filósofos é algo novo: justamente sobre o não-valor da compaixão os filósofos estavam até agora de acordo. Menciono apenas Platão, Spinoza, La Rochefoucauld e Kant, quatro espíritos tão diversos quanto possível um do outro, mas unânimes em um ponto: na pouca estima da compaixão.”

Nietzsche abre sua primeira dissertação admoestando os dissecadores da genealogia da moral de sua época: os psicólogos. À explicação deles da gênese do “bom”, ― conceito nasceria dos atos não egoístas que os homens faziam aos outros, e esses últimos pronunciaram como bons e, sentindo a utilidade nesses atos, amalgamaram no tempo, o “bom” ao “não egoísta”, ao “útil”. Nietzsche substitui esse entendimento pelo de que o “bom”, ou seja, o homem superior, aristocrático, e poderoso, grafou seus próprios atos como “bons”, em contraposição a tudo que era baixo, fraco, e plebeu. E a utilidade não era “útil” por estar vinculada ao ato em si, mas era antes de tudo, pressuposto lógico.

A idéia etimológica de um “bom” não egoístico em oposição ao “mau” egoístico nasceu em seguida com o declínio do poder aristocrático e sua moral. Primordialmente, o “bom” foi o signo lingüístico de distinção entre o forte e nobre, e o “mau”,  não existia como tal. Havia sim o “ruim” como signo da plebe. Trata-se portanto de oposição entre “bom”-forte e “ruim”-fraco.

Como a utilidade esteve sempre presente, e ainda hoje o é tão vívido, Nietzsche se pergunta como pode o homem se olvidar, ou não conhecer os ruídos do “bom” primordial? Na resposta Nietzsche refuta parcialmente a explicação do filósofo Spencer que crê no “bom” não somente ligado umbilicalmente ao “útil”; mas como sinônimo. O autor encontra então a solução nos significados da palavra em diversas línguas; Nietzsche diz:

(...)que significam exatamente, do ponto de vista etimológico, as designações para "bom" cunhadas pelas diversas línguas? Descobri então que todas elas remetem à mesma transformação conceitual - que, em toda parte, "nobre", "aristocrático", no sentido social, é o conceito básico a partir do qual necessariamente se desenvolveu "bom", no sentido de "espiritualmente nobre", "aristocrático", de "espiritualmente bem-nascido", "espiritualmente privilegiado": um desenvolvimento que sempre corre paralelo àquele outro que faz "plebeu", "comum", "baixo" transmutar-se finalmente em "ruim". O exemplo mais eloqüente deste último é o próprio termo alemão schlecht [ruim], o qual é idêntico a schlicht [simples] - confira-se schlechtweg, schlechterdings [ambos "simplesmente"] - e originalmente designava o homem simples, comum, ainda sem olhar depreciativo, apenas em oposição ao nobre.”

Nietzsche desdobra exemplos na fronte do leitor. O termo “bom” passar a existir como significado de nobre entre as línguas indo-européias, como  o termo “arya” do iraniano; e do mesmo modo no eslavo antigo; e no grego, que por sua vez, a palavra correspondente significava o homem de caráter “verdadeiro”, em contrapartida, do “mentiroso”, ou a plebe. Mais tarde, com a queda da aristocracia grega, o vocábulo ganha o significado de nobre espiritual; “doce e madura”, perdendo boa parte de sua lembrança cultural guerreira. Quanto ao exemplo latino dado por Nietzsche, prefiro, por censura externa, citar o próprio autor, pois os mortos não responderão a processos, mas vivos sim:

O latim malus (ao qual relaciono µ [negro]) poderia caracterizar o homem comum como homem de pele escura, sobretudo como de cabelos negros ("hic Níger est-"), como habitante pré-aria no do território da Itália, que através da cor se distinguia claramente da raça loura, ariana, dos conquistadores tornados senhores; ao menos o gaélico me oferece um caso correspondente - fin (por exemplo, no nome Fin-Gal5), o termo distintivo da nobreza, por fim do homem bom, nobre, puro, originalmente o homem louro, em contraposição aos nativos de pele escura e cabelos negros. Os celtas, diga-se de passagem, eram sem dúvida uma raça loura; comete-se um erro, associando aquelas faixas de uma população de cabelos escuros essencialmente, que se fazem visíveis nos mais cuidadosos mapas etnográficos da Alemanha, a alguma origem ou mistura sanguínea céltica, como ainda faz Virchow6: nesses lugares aparece a população pré-ariana da Alemanha. (O mesmo é válido praticamente para toda a Europa: no essencial, a raça submetida terminou por reaver a preponderância, na cor, na forma curta do crânio, talvez até mesmo nos instintos sociais e intelectuais: quem nos garante que a moderna democracia, o ainda mais moderno anarquismo, e sobretudo essa inclinação pela "commune", pela mais primitiva forma social, que é hoje comum a todos os socialistas da Europa, não signifique principalmente um gigantesco atavismo - e que a raça de conquistadores e senhores, a dos arianos, não esteja sucumbindo também fisiologicamente?...) Acredito poder interpretar o latim bonus como "o guerreiro", desde que esteja certo ao derivar bonus de um mais antigo duonus(compare-se belum= duelum= duen-lum, no qual me parece conservado o duonus). Bonus, portanto, como homem da disputa, da dissensão (duo), como o guerreiro: percebe-se o que na Roma antiga constituía a "bondade" de um homem. Mesmo o nosso alemão Gut [bom]: não significaria "o divino" [den Göttlichen], o homem "de linhagem divina" [göttlichen Geschlechts]? E não seria idêntico ao nome do povo (originalmente da nobreza), os godos [Goten]? Os motivos para esta suposição não cabem aqui.”

Nessa linha, Nietzsche nos traz um adendo importante. Diante da mutação de valor impetrado ao termo “bom”, ele ganha uma preferência entre os sacerdotes que, em sua indigência de estarem avalizados, tomam para si esse termo, levando em seu rebanho, toda a plebe igualmente ressentida. Brota uma “guerra” entre os guerreiros e sacerdotes pela propriedade do signo e do valor do “bom”. Enquanto os primeiros primavam pela “guerra, aventura, caça, dança, torneios e tudo o que envolve uma atividade robusta, livre, contente” ; os segundos primam pelo oposto.

A partir deste momento, Nietzsche tece uma teia de ligações e distorções que; ― primeiro os sacerdotes judeus e seu maior ícone: Jesus Cristo, depois os seus seguidores: os cristãos ―; cometeram no mundo ocidental. Explora o fundamento “ressentimento”. Este seria o marco inicial da vil reação do plebeu ao nobre. Enquanto os fortes se afirmam em suas ações como forte, belo, poderoso; os fracos rebelam-se contra o que está fora deles. São invejosos, e destilam todo o ódio dos ressentidos aos fortes. Não são capazes de se garantirem, mas de ressentir-se dos que se afirmam. O forte faz o bem, e por fazê-lo, é forte; é feliz; é bondoso; é “bom”-nobre, ou seja, é forte! O ressentido é para o “bom”, o homem “ruim” e não o “mau” como viera a rotular os ressentidos, aos “bons” quando de sua ascensão. Como “ruins”, fracos, infelizes, plebeus; para o “bom”, eles são o baixo que não pode, nem o é, “mau”; é tão somente, plebe, baixeza.

E é nesse contexto; neste campo que gladiam as duas morais. E do lado guerreiro, as palavras de Nietzsche:

“Ali desfrutam a liberdade de toda coerção social, na selva se recobram da tensão trazida por um longo cerceamento e confinamento na paz da comunidade, retornam à inocente consciência dos animais de rapina, como jubilosos monstros que deixam atrás de si, com ânimo elevado e equilíbrio interior, uma sucessão horrenda de assassínios, incêndios, violações e torturas, como se tudo não passasse de brincadeira de estudantes, convencidos de que mais uma vez os poetas muito terão para cantar e louvar. Na raiz de todas as raças nobres é difícil não reconhecer o animal de rapina, a magnífica besta loura que vagueia ávida de espólios e vitórias; de quando em quando este cerne oculto necessita desafogo, o animal tem que sair fora tem que voltar à selva - nobreza romana, árabe, germânica, japonesa, heróis homéricos, vikings escandinavos: nesta necessidade todos se assemelham. Foram as raças nobres que deixaram na sua esteira a noção de "bárbaro", em toda parte aonde foram; mesmo em sua cultura mais elevada se revela consciência e até mesmo orgulho disso (como quando Péricles diz a seus atenienses, naquela famosa oração fúnebre, que "em toda terra e em todo mar a nossa audácia abriu caminho, erguendo para si monumentos imperecíveis no bem e no mal"). Esta "audácia" das raças nobres, a maneira louca, absurda, repentina como se manifesta, o elemento incalculável, improvável, de suas empresas - Péricles destaca elogiosamente a despreocupação dos atenienses, sua indiferença e seu desprezo por segurança, corpo, vida, bem-estar, sua terrível jovialidade e intensidade do prazer no destruir, nas volúpias da vitória e da crueldade para aqueles que sofriam com isso, tudo se juntava na imagem do "bárbaro", do "inimigo mau", como o

"godo", o "vândalo". A profunda, gélida desconfiança que o alemão desperta quando alcança o poder, agora novamente é uma ressonância daquele horror inextinguível com que durante séculos a Europa contemplou a fúria da besta loura germânica (embora mal exista uma relação conceitual, menos ainda sanguínea, entre os antigos germanos e nós, alemães). Certa vez chamei a atenção para o embaraço de Hesíodo, quando imaginou a sucessão das eras de cultura e buscou expressá-la em termos de Ouro, Prata e Bronze: com a contradição que lhe oferecia o mundo de Homero, esplêndido, mas também terrível e violento, ele não soube lidar senão dividindo uma era em duas, e tornando-as sucessivas - primeiro a idade dos heróis e semideuses de Tróia e Tebas, tal como aquele mundo ficara na lembrança das linhagens nobres que nele tinham seus antepassados; depois a idade de bronze, como aquele mesmo mundo se mostrava aos descendentes dos pisoteados, roubados, maltratados, arrastados, vendidos: uma era de bronze, como disse, dura, fria, cruel, sem consciência ou sentimento, a tudo esmagando e cobrindo de sangue. Supondo que fosse verdadeiro o que agora se crê como "verdade", ou seja, que o sentido de toda cultura é amestrar o animal de rapina "homem", reduzi-lo a um animal manso e civilizado, doméstico, então deveríamos sem dúvida tomar aqueles instintos de reação e ressentimento, com cujo auxílio foram finalmente liquidadas e vencidas as estirpes nobres e os seus ideais, como os autênticos instrumentos da cultura; com o que, no entanto, não se estaria dizendo que os seus portadores representem eles mesmos a cultura. O contrário é que seria não apenas provável - não! atualmente é palpável! Os portadores dos instintos depressores e sedentos de desforra, os descendentes de toda escravatura européia e não européia, de toda população pré-ariana especialmente eles representam o retrocesso da humanidade! Esses "instrumentos da cultura" são uma vergonha para o homem, e na verdade uma acusação, um argumento contrário à "cultura"! Pode-se ter completa razão, ao guardar temor e se manter em guarda contra a besta loura que há no fundo de toda raça nobre: mas quem não preferiria mil vezes temer, podendo ao mesmo tempo admirar, a não temer, mas não mais poder se livrar da visão asquerosa dos malogrados, atrofiados, amargurados, envenenados? E não é este o nosso destino? O que constitui hoje nossa aversão ao "homem"? - pois nós sofremos do homem, não há dúvida. - Não o temor; mas sim que não tenhamos mais o que temer no homem; que o verme "homem" ocupe o primeiro plano e se multiplique; que o "homem manso", o incuravelmente medíocre e insosso, já tenha aprendido a se perceber como apogeu e meta - que tenha mesmo um certo direito a assim sentir, na medida em que se perceba a distância do sem-número de malogrados, doentios, exaustos, consumidos, de que hoje a Europa começa a feder, portanto como algo ao menos relativamente logrado, ao menos capaz de vida, ao menos afirmador de vida...”

E a guerra é sentida como  perdida:

“Pois assim é: o apequenamento e nivelamento do homem europeu encerra nosso grande perigo, pois esta visão cansa... Hoje nada vemos que queira tornar-se maior, pressentimos que tudo desce, descende, torna-se mais ralo, mais plácido, prudente, manso, indiferente, medíocre, chinês, cristão - não há dúvida, o homem se torna cada vez "melhor"... E precisamente nisso está o destino fatal da Europa - junto com o temor do homem, perdemos também o amor a ele, a reverência15 por ele, a esperança em torno dele, e mesmo a vontade de que exista ele. A visão do homem agora cansa - o que é hoje o niilismo, se não isto? Estamos cansados do homem...”

O homem intenso que, em sua atuação sobre o mundo, demonstra altivez, ― e Nietzsche o associa à ave de rapina. O que esperar do homem forte e poderoso, senão força e poder? O que esperam os fracos? Esperam ser fortes. mas onde e quando? No mundo pós-vida? Que tipo de homens são esses que  transferem as realizações em vida a um pós-vida, senão os próprios fracos? São perguntas que Nietzsche em outras palavras nos faz.

Nas entranhas do ocidente, o homem meigo e pacificado achou seu banquete. Todo um prédio edificado sobre os pântanos dos ressentidos. Não me atrevo mais; desgrace Nietzsche!:

“Vamos concluir. Os dois valores contrapostos, "bom e ruim", "bom e mau", travaram na Terra uma luta terrível, milenar; e embora o segundo valor há muito predomine, ainda agora não faltam lugares em que a luta não foi decidida. Inclusive se poderia dizer que desde então ela foi levada incessantemente para o alto, com isto se aprofundando e se espiritualizando sempre mais: de modo que hoje não há talvez sinal mais decisivo de uma" natureza elevada", de uma natureza espiritual, do que estar dividida neste sentido e ser um verdadeiro campo de batalha para esses dois opostos. O dístico dessa luta, escrito em caracteres legíveis através de toda a história humana, é "Roma contra Judéia, Judéia contra Roma": - não houve, até agora, acontecimento maior do que essa luta, essa questão, essa oposição moral. Roma enxergou no judeu algo como a própria antinatureza, como que seu monstro antípoda; em Roma os judeus eram tidos por "culpados de ódio a todo o gênero humano": com razão, na medida em que se tenha razão ao vincular a salvação e o futuro do gênero humano ao primado absoluto dos valores aristocráticos, dos valores romanos. Quanto aos judeus, o que sentiam ante os romanos? Percebe-se por mil indícios; mas basta trazer à lembrança o Apocalipse de João, a mais selvagem das invectivas que a vingança tem na consciência. (Não se subestime, aliás, a profunda coerência do instinto cristão, quando associou precisamente esse livro do ódio ao nome do apóstolo do amor, o mesmo ao qual atribuiu aquele evangelho amoroso-altruísta -: há alguma verdade nisso, não obstante o muito de falsificação literária requerido para esse fim.) Pois os romanos eram os fortes e nobres, como jamais existiram mais fortes e nobres, e nem foram sonhados sequer: cada vestígio, cada inscrição deles encanta, se apenas se percebe o que escreve aquilo. Os judeus, ao contrário, foram o povo sacerdotal do ressentimento par excellence, possuído de um gênio moral-popular absolutamente sem igual: basta comparar os judeus com outros povos similarmente dotados, como os chineses ou os alemães, para sentir o que é de primeira e o que é de quinta ordem. Quem venceu temporariamente, Roma ou a Judéia? Mas não pode haver dúvida: considere-se diante de quem os homens se inclinam atualmente na própria Roma, como a quintessência dos mais altos valores - não só em Roma, mas em quase metade do mundo, em toda parte onde o homem foi ou quer ser domado -, diante de três judeus, como todos sabem, e de uma judia (Jesus de Nazaré, o pescador Pedro, o tapeceiro Paulo e a mãe do dito Jesus, de nome Maria). Isto é muito curioso: Roma sucumbiu, não há sombra de dúvida. É certo que na Renascença houve um esplêndido e inquietante redespertar do ideal clássico, do modo nobre de valoração das coisas: Roma se agitou como um morto aparente que é despertado, sob o peso da nova Roma judaizada sobre ela construída, que oferecia o aspecto de uma sinagoga ecumênica e se chamava "Igreja": mas logo triunfou de novo a Judéia, graças àquele movimento de ressentimento radicalmente plebeu (alemão ou inglês) a que chamam de Reforma, juntamente com o que dele tinha de resultar, a restauração da Igreja - a restauração também da velha paz sepulcral da Roma clássica. Em um sentido até mais profundo e decisivo, a Judéia conquistou com a Revolução Francesa mais uma vitória sobre o ideal clássico: a última nobreza política que havia na Europa, a da França dos séculos XVII e XVIII, pereceu sob os instintos populares do ressentimento - nunca se ouviu na terra júbilo maior, nem entusiasmo mais estridente! É verdade que em meio a tudo isso aconteceu o mais prodigioso, o mais inesperado: o antigo ideal mesmo apareceu em carne e osso, e com esplendor inusitado, ante os olhos e a consciência da humanidade - mais uma vez, em face da velha senha mentirosa do ressentimento, a do privilégio da maioria, diante da vontade de rebaixamento, de aviltamento, de nivelamento, de atraso e ocaso do homem, ecoou, forte, simples e insistente como nunca, a terrível e fascinante contra-senha do privilégio dos raros! Como uma última indicação do outro caminho surgiu Napoleão, o mais único e mais tardio dos homens, e com ele o problema encarnado do ideal nobre enquanto tal - considere-se que problema é este: Napoleão, esta síntese de inumano e sobre-humano...”

Por fim desta primeira dissertação do “Genealogia da moral”, Nietzsche oferece as perspectivas da guerra. Entende ele que ainda persiste diante das derrotas que os homens “bons” suportaram. Convoca ao debate e ao estudo da moral. Por meio desse estudo da origem e história da moral, possamos nos posicionar na peleja que perdura. 

02 outubro 2008

A fanfarra das coturnos na capital do carnaval e do tráfico

As informações que nos vem da guerra da Guanabara são as piores. Como se não bastasse os “curralitos” eleitorais perpetrados pelos terroristas do tráfico aos apedeutas reprodutores, o exército que foi chamado a intervir com força, estabeleceu uma “paz armada” com os traficantes! A “paz armada” consiste em o exército e os guerrilheiros terroristas não trocarem tiros.

Ora, se não dão tiros, ― pelos meus conhecimentos escassos em tática e estratégia militar −, passo a conceber que igualmente não há ofensivas. Se não há ofensivas, não existe qualquer intenção em acabar com o poder dos terroristas de havaianas. Querem, tão somente, uma trégua junto a um inimigo mais forte. É o reconhecimento da fraqueza do Estado no combate aos criminosos. (Nada mais óbvio!).

É senhores..., nossos homens fardados sob a tutela de políticos borra-calças deviam fazer como os EUA praticam nas guerras contra os Muslins do oriente, contratar mercenários para reprimir verdadeiramente essa gente. Sei que Maquiavel estaria se contorcendo no túmulo, mas como tudo nesse país onde o Estado não tem competência para nada, o instrumento privado ainda nos parece ser a melhor opção.

Para ilustrar o ridículo da situação, os soldados ocuparam o morro do alemão com uma fanfarra tocando os hinos dos quatro maiores clubes de futebol do Estado. Entre lá-lá-lás e li-li-lis, traficantes sambavam e zombavam nas lajes enquanto soldados brasileiros, tão treinados em missões de paz, fizeram papel de palhaços batendo pratos, repiques, e surdos; soprando trompetes, tubas, trombas e trompetes. Sem contar, ― e já contando −, que a candidata marxista à prefeitura do Rio, Jandira, negou-se a entrar na favela Vila Cruzeiro por medo da presença do exército. Reparem que ela nada disse sobre traficantes terroristas, e sim sobre o exército. 

Como seus compadres ex-guerrilheiros da esquerda e os traficantes, ela também não gosta de gente fardada. Diz o provérbio popular que o criminoso(a) geralmente teme o tenente até mesmo quando não está com a mão na botija. (No caso do Rio, “temer” é completo exagero; a mão na botija nem tanto). 

Dale cidade perigosa!