Hoje eu resolvi trazer algumas indicações ótimas de pessoas pensantes desse país onde essa qualidade é restrita a bolhas minúsculas que flutuam nesse mar de imbecilidade. Entre tantos Néscios, ainda restam almas que, errando ou acertando, buscam e encontram caminhos para demonstrar sua insatisfação com o meio intelectual degradante do país. Este desnaturado país, crê viver em uma democracia política (tenho grandes ressalvas, mas não falarei delas), mas é óbvio para os que têm seus sentidos funcionáveis e meia dúzia de neurônios, que vivemos em uma máxima ditadura. Sim, uma DITADURA! É a ditadura do "Imbecille"; é a tirania dos preguiçosos; é o despotismo dos trogloditas que já não são cavernícolas, muito pelo contrário, ocupam toda as instituições nacionais, tanto públicas quanto privadas.
Os meios de comunicação são um bom exemplo. Eles precisam de IBOPE, e qual a maneira mais aconselhável para se ter IBOPE? Mostrar o que a plebe quer ver. E o que a gente do populacho espera da mídia? Espera assistir a cultura do extrato baixo, o conhecimento básico de como cozinhar, os temas de favela e gírias incompreensíveis, e a si próprio na mídia. É exatamente o que nossas redes de comunicação fazem. Dão a eles o que eles querem. Dão a eles a cultura de baixo calão: funk, axé, pagode, rap, samba, grafite, filmes e documentários sobre favelas ou sobre a desumanidade e a segregação nas favelas, e a moda pornográfica da "fashion laje".
A mídia que deve informar; dar ciência para a população, hoje se concentra em julgar as pessoas antes de serem julgadas e condenadas de fato pela justiça. Informa tendenciosamente, censurando dados e imagens que a ela não interessam, reduzindo o tempo de reportagens para temas que ela não pode deixar de mostrar, apesar de incomodá-la. Tornou-se isenta às críticas e ao controle. Eles dizem que o controle deve ser exercido pela própria população e pelas instituições especializadas nisso que eles mesmos criaram. Mas o fato é que um povo que mal consegue sobreviver, que não consegue emitir uma opinião própria que tenha sido meditada e trabalhada racionalmente, se submetendo à postura de papagaio, repetindo o que se ouviu de um personagem de novela, artista ou de um apresentador de televisão; não pode, esse povo, ter ferramentas cognitivas para fazer esse controle mais apurado, o controle que eles exercem é mínimo, e restrito ao assunto: entretenimento.
O leitor, nesse momento deve estar pensando: "Esse homem odeia a mídia". A resposta é: Claro que não! Sou extremamente a favor da mídia. Ela é um instrumento da sociedade civil destinada a entreter, informar, educar e, evidentemente, lucrar...O que critico aqui, é o caso de estes três escopos da mídia não estarem dosados. Se você expõe 12 horas de entretenimento chulo, 6 horas de informação censurada e tendenciosa, 6 horas de educação em horários que ninguém assiste, teremos uma população tomada pelo entretenimento, pouco informada e muito menos ainda com capacidade crítica, além de mal educada. Eles argumentam que cada pessoa escolhe o horário que quer assistir, mas pensando bem, se eu gosto de educação, meu filho, no início também gostava, e não tem oportunidade de ver isso na tv por causa dos horários não-nobres que eles são exibidos. É muito provável que de 100 casos como este, muitos passaram a ter uma ligação com o entretenimento maior do que com a educação. Isso é, foi moldado por ela. O mesmo vale para a informação, quando esta é restrita, censurada, e manipulada, estaremos sabendo e falando informações que outros decidiram que deveríamos saber. Teremos a partir de então, opiniões que indiretamente pertencem a outras pessoas. Isso é um ultraje aos direitos humanos e à livre consciência! Quanto ao lucro, não faço nenhuma objeção direta ao ganho da pecúnia. Ela é benéfica, é o prêmio para aqueles empreendedores que encontraram uma maneira de atender e preencher uma brecha social. O que defendo, é que há a possibilidade de lucrar com o balanceamento dos escopos da mídia. Isso pode ser comprovado pelas tvs a cabo que possuem canais especializados em temas, e lucram muito com a parcela da população que aprecia a grade de programas do determinado canal. Mas na tv aberta - aquela que possui 5 ou 6 canais - há um funil de opções que impedem essa liberdade de escolha. Por isso, a minha crítica é restrita à tv aberta brasileira.
É importante dizer que hoje, os meios de comunicação exercem um papel de educadores dos jovens. Quantos são os jovens que seguem cegamente tendências apresentadas na tv? Muitos, com certeza. Hoje em dia, os pais estão quase sempre fora de casa, e os jovens encontram nos meios de comunicação uma função de interação que, em boa parte, substitui as diretrizes e os exemplos familiares. Por outro lado, a escola abdica de uma educação para a civilidade, se atendo a uma educação acadêmica. Nossos jovens adquirem capacidade acadêmica (nem todos), e ridícula noção de civilidade. A mídia demonstra não ter um compromisso contundente com a educação para a civilidade, e assim sendo, criamos jovens sem o menor preparo para a vida em sociedade.
Não estou aqui para dar apenas os problemas, quero destruir, mas também quero construir com os pés bem presos ao planeta Terra. Hoje, com o advento da internet, temos um acesso maravilhoso a vários níveis de informação, entretenimento e cultura. Esse acesso possui coisas boas e ruins, assim como na mídia convencional. Porém, há um diferencial, na net, você tem acesso a tudo... Repito: TUDO! Enquanto coisas boas ou ruins são mostradas ao bel-prazer dos programadores, daqueles que detém o poder de estabelecer o que se deve ser visto na tv. Na net isso não acontece, pois as opções e falta de regulamentos censurantes torna o acesso fácil, extremamente acessível. O mesmo ocorre com a tv paga, ela dá essa acessibilidade muito maior do que a tv aberta, mas ainda menor do que a net.
A solução? Talvez seja aumentar o número de canais abertos, ou ainda dá acesso de canais fechados a uma parcela maior da população; alargar as cotas para programas de toda espécie em horários nobres, ou quem sabe até criar uma espécie de Ministério Público especializado na fiscalização da mídia. (já existem instituições para esse fim, mas são de controle direto do Estado e as privadas são extremamente tendenciosas). Não como uma forma de censura, e sim, constituindo um conselho formado por membros de todos os meios de comunicação, componentes qualificados do governo, e das associações civis com representação popular. E esta instituição tendo autonomia total com relação aos três poderes, poderá agir sem dar satisfações aos poderes políticos, impedindo um controle maléfico por parte do Estado. Mas respeitando o princípio das opções, ou seja, dar todas as opções de tv. Se você gosta de uma coisa, terá um canal para isso; se você gosta de outra coisa, você terá o canal para aquilo. Respeitando as individualidades. Respeitando os gostos de cada um, mesmo que sejam minorias.
Obs: A palavra "censura" colocada no texto, tem o sentido de "exame", de "estudo", de "análise", e não no sentido comumente aceito que remete a ditaduras.
E enquanto aguardamos uma mudança racional do sistema de comunicação, quero dar-lhes alguns presentes. São sugestões de blogs da net, que acredito que poderão ajuda-los a ter um acesso ao mundo da inteligência que ainda resta nesse país:
http://cristaldo.blogspot.com/
http://rodrigoconstantino.blogspot.com/
http://veja.abril.com.br/idade/podcasts/mainardi/ http://www.olavodecarvalho.org/
Obs: Esses são blogs políticos. Aos poucos acrescentarei mais e outras categorias também. Colaborem se quiserem. Nos links à sua direita tem mais algumas sugestões.