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Este blog trata de assuntos variados. Destacam-se os temas políticos, ideológicos, morais, sociais, e econômicos.

24 outubro 2008

O SOCIALISTA POP

De poucas coisas na vida eu tenho medo. Uma delas com certeza é a morte, que adquiri temor depois que deixei a adolescência, ― antes não tinha nem um pingo, a morte era praticamente uma companheira ―, a outra é de “chato”, ― dos dois tipos ―, mas principalmente do de sentido mais baixo. Chato enche o saco e às vezes incha a cabeça também. A morte eu não sei. Por isso temo ainda mais o chato.  

Fora medo, tem coisas que não gosto. Quando me apresentaram o bacalhau, odiei. Quem em são paladar poderia gostar de algo que fedia a um aracnídeo cabeludo que mulheres preservam? Era inadmissível tal proeza até que eu aprendi que vale dinheiro, e o status me levou a gostar do sabor. O dinheiro e o status levam as pessoas aos extremos e básicos. O básico ocorreu comigo quando passei a gostar de bacalhau e por extensão do aracnídeo também. O exagero foi continuar pagando pelos dois. Hoje não pago por nenhum dos dois e só como um, ou melhor, uma. Prefiro salmão e a minha moça.

Hoje em dia está cada vez mais fácil emitirmos opiniões e mais fácil ainda não usarmos as nossas. Não consegui ouvir ninguém da minha convivência que dissesse que não gosta do Obama. Quando eu dizia que ele era um populista e produto de consumo de uma sociedade norte-americana cada vez mais latina, diziam que eu estava louco. Pode até ser, mas nada me tira da cabeça que o candidato meio-afro-americano é socialista pop.

Um sujeito que defende subsídios aos mais pobres por serem pobres e com dinheiro de quem não é, ou professa o aumento de impostos para empresas (ele diz tratar de corte de subsídios tributários, o que na prática é aumentar imposto mesmo); fala em criação de empregos para sindicalistas e operários sem dizer nenhuma boa nova ao empresariado que são os que criam esses empregos para operários e sindicalistas; o homem que enche de emotividade os discursos que têm como tema a economia; que desdenha dos homens de Wall Street como se a riqueza da América não tivesse saído dali, entre outros slogans que ditos na Europa o colocaria no rol dos candidatos da esquerda do velho mundo; não pode ser considerado outra coisa senão socialista. Isso pra mim é socialismo na veia! É marxismo "à la américain", meu caro! (acreditem se quiserem).

O americano comum sabe falar do que gosta pela imagem, e quando não gosta do conteúdo, ele sabe, mas não fala. Com Obama é assim para o eleitorado branco, a imagem atende à ficção dos filmes futuristas onde a figura de um afro-americano sofrido conquista a altaneira posição presidencial. No mesmo sentido o eleitorado latino, em seu subconsciente político tão acostumado com líderes socialistas pop, vê no Obama uma forma familiar. O eleitorado negro, de forma velada, vota nele por questões raciais. Ele é visto como o rompimento de um paradigma e como o resgate de um passado ou dívida histórica que a América “deve” aos negros. Os brancos caíram na complacência de quem é devedor. Eles ficaram atraídos com a possibilidade de fazer o “fim feliz” dos filmes; e associaram a imagem do candidato da obamafilia ao homem que liquidará a dívida histórica. Para os judeus importa pouquinho McCain ou Obama. Ambos defenderam Israel inflamadamente em discursos às comunidades; só diferem quanto aos interesses. Para os que têm interesse interno, vale Obama; para os que têm interesses externos, vale McCain. Mas isso não chega a ser taxativo. Aos jovens ele é o pop consumível. Para os militares covardes ele é a esperança de sentar no sofá e comer batata frita. Para os da mídia, ele é a notícia pop e o show de todos os dias. Para os velhos, bom... Os velhos o vêem como o cara jovem e negro.

E para mim ele é o chato que não levará à morte da América, mas enche o saco e incha a cabeça de um brasileiro que sabe que a onda americana é surfe para o resto do mundo. Eu sei do que gosto, e dele não gosto. Não tenho problemas em emitir opinião própria quando ela não coincide com a da maioria. E Obama é para mim um exemplar socialista pop e the end.