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11 agosto 2008

Paranóia não, Individualismo sim!

       Os individualistas costumam criar uma certa paranóia com a palavra “coletivo”. Não é difícil ver um individualista fazer cara de quem comeu e não gostou ao ouvir esta palavra. Tudo que cheira a “coletivo” leva um individualista paranóico a sentir asco imediato.

O que não entendem é que, muitas vezes, o coletivo se apresenta apenas como uma questão semântica, significando na prática em certas conjunturas, um individualismo em contexto coletivo. Para quem ficou com a pulga atrás da orelha, explico. Imaginem um time de futebol ou basquete, são esportes coletivos que preconizam a cooperação dos seus membros, e a submissão a regras e esquemas de jogo predefinidos, caso o time queira ser vencedor. Seria um micro-cosmos do que vemos em nível social. Seria, mas não é bem assim. No caso de um esporte coletivo como o futebol, as vontades individuais se expressam com grande vigor na medida que cada um que está ali, pensa nos benefícios que receberá pelo trabalho individual. Um jogador de futebol que dá um passe para o colega melhor colocado para fazer o gol está, em verdade, pensando em si mesmo. Ele sabe que o time vencendo, seus direitos federativos valorizarão, e pelo fato dele sempre ter 15% de qualquer negociação, fica óbvio que ele ajuda o colega para que esse o ajude. Isso é chamado popularmente de relação de via dupla.

A confusão nasce quando individualistas tomados pela paranóia, exacerbam o contexto, e acabam cegos. Onde há cooperação exercida pela vontade e interesses individuais, eles vêem coletivismo. Onde há uso semântico da palavra “coletivo”, eles ativam a glândula do alerta, e deixam de analisar o fato em si, preocupando-se e aceitando de pronto, o termo posto. Sei que muitos dirão que preferem errar pelo exagero que pela falta. Mas veja, se você tem capacidade de discernir entre o que é, e o que não é, porque ignorar essa aptidão e correr o risco de não usufruir algo por preguiça mental e paranóia individualista?

O individualismo não é a fuga da cooperação de interesses, e sim, a prerrogativa de exercer escolhas de acordo com o seu interesse individual. Um arquiteto que trabalha com outros arquitetos em um projeto de grande porte, não é um coletivista, ele está pensando no seu nome que estará na assinatura do projeto; no dinheiro ou nas portas que abrirão para ele. Isso é cooperação interesseira, são interesses convergentes. O individualismo não é isolamento, é opção. É a consciência e o exercício de sua capacidade de escolha dentro dos contextos, sejam eles em grupos ou não.

A história nos ensina que os grandes avanços da humanidade foram feitos por indivíduos. São sempre descobridores, inventores, pensadores, governantes, cientistas, artistas, etc, que mudam o mundo; quase sempre eles são preponderantes, mesmo quando estiveram em um contexto coletivo. Muitos podem ajudar, mas é sempre um que se avulta pela capacidade e competência individual. Esta é uma lei natural; está inerente à natureza humana. Somos interesseiros e egoístas por natureza; assim como sempre fomos cooperativos quando os interesses pediam; e não devemos ter nenhum pudor em ser assim, afinal, somos o que somos.

Fica aí o alerta e o conselho.