Já vem mais uma eleição, e sempre temos que agüentar aqueles horários políticos gratuitos. Eu, particularmente, vario de humor entre o irritadiço e o hilário. Mas o que me chateia mesmo é saber que quando acabar o horário político virá aqueles programinhas para imbecis da tv aberta tupiniquim. Graças a meu dinheiro, eu tenho tv a cabo! Fujo para um canal de documentários ou vou assistir algum filme melhor do que aqueles de traficantes armados vendendo cocaína e comendo a filha aborrecente do rico empresário. (Isso me faz pensar que pode haver algo como um pai chifrudo, mas isso fica para outra hora).
Para ser mais objetivo, o que quero falar mesmo é sobre a compra de votos. Toda época de eleições aparece as associações e também o governo com campanhas contra a compra de votos. Eu não entendo tanta idiotice travestida de lógica legal. Por que punir a compra de votos? O voto é um bem e um direito próprio; pertence, como direito subjetivo, ao seu detentor; e ele faz o que quiser com ele, inclusive vende-lo. Pensem comigo: Se um político resolve me comprar um voto (ainda não tive essa sorte), e eu aceito esse dinheiro, ninguém poderá comprovar que eu votei no candidato que supostamente pagou pelo meu voto. Poço muito bem não votar naquele candidato e ainda me beneficiar. Qualquer um sabe que o voto lhe pertence; qualquer um sabe que não há poder de coerção na maior parte das compras de votos. É apenas uma negociação onde quem detém o poder do voto só tem a lucrar e ainda mantém sua faculdade de escolha na frente da urna. Nesse contrato, o risco é todo do comprador de votos, porque esse não tem como garantir o recebimento da contra-partida.
Fazem leis para reger tudo; querem proteger os tidos como “hiposuficientes”, como se esses realmente fossem inferiores na relação com os compradores de votos, quando na verdade é o contrário. É o mesmo que ocorre quando ouvimos os socialistas dizerem que o consumidor está na mão do produtor, quando sabemos que quem está nas mãos dos consumidores são os produtores, que se não ofertarem produtos de boa qualidade, barato, e que atenda a uma demanda, fatalmente quebrará.
Por que não deixam as pessoas pensarem por si mesmas? Por que não permitem que o cidadão faça o que bem entender com o seu voto? Por que esse paternalismo continua enfiando o bedelho nas nossas vidas? E é impressionante como a maioria das pessoas aceita essa história de imoralidade na compra de votos. Também... criados na lavagem cerebral onde o Estado, a sociedade, a mídia, e alguns pseudopensadores propagam idéias já mastigadas para a massa de lombrigas engolirem, só pode dar nisso. Ninguém quer pensar, mas todos querem emitir opiniões. A maioria apenas repete a opinião que lhes dão. É a preguiça mental. E ainda ficam assustadas quando falo isso em público, como se elas já tivessem pensado sobre o que defendem.
Enfim, é mais uma lei estúpida para encher o meu saco.