Vi hoje no jornal que o casal Nardoni deverá ser julgado pelo tribunal do júri. Demonstrei em outro texto a chateação que é esse caso sócio-midiático. Todavia aqui tenho outra intenção, não a de falar sobre esse casal, mas tratar do tribunal do júri. Para mim, o tribunal do júri é uma aberração criada por anencéfalos. Quando foi elaborado na Inglaterra há séculos atrás, esse instituto era importante e útil para o momento histórico em que se instalou; mas hoje é completamente ultrapassado. É um retrocesso e uma estupidez aplicar essa medida.
Olha que aberração: Uma pessoa comete um crime contra a vida, e o seu destino é decidido por 7 pessoas do povo sem nenhum preparo para julgar, a não ser a prepotência e a suscetibilidade de serem influenciados pela mídia. Muitos dirão que tanto um cidadão comum, quanto um magistrado são passíveis de sofrer a ação da opinião pública. Mas podem ter certeza que um magistrado, em via de regra, está muito mais preparado para julgar, porque estudou para isso, e o seu conhecimento do devido processo legal e princípio da imparcialidade ameniza a influência da mídia. Sei que muitos cometem erros crassos, entretanto, o risco de cometer uma injustiça é maior quando não se tem algum nível de preparo do que quando o tem. Nem mesmo os jurados do concurso de miss Brasil são tão despreparados quanto os dos nossos tribunais. Fazendo uma analogia didática, seria o mesmo que você contratar um gari para ser seu advogado, ou sua empregada para ser sua cirurgiã. São riscos que se pode evitar, de tal modo que o risco de colocar a vida de réus na mão de despreparados, pode e deve, ser evitado.