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Este blog trata de assuntos variados. Destacam-se os temas políticos, ideológicos, morais, sociais, e econômicos.

01 abril 2008

Entre o Bonobo e o Chimpanzé: Qual você é?



Dois relatos:

· “O passarinho tinha se esborrachado contra a parede de vidro da jaula e caído no chão. Kuni, uma fêmea de bonobo ou chimpanzé-pigmeu (Pan paniscus), caminhou até a ave com uma expressão preocupada e tentou colocá-la de pé. Nada. Pegou o pássaro com delicadeza, subiu até a árvore mais alta de seu recinto envidraçado e abriu suas asas com os dedos, com cuidado para não machucá-lo. Lançou a ave pelo ar feito um aviãozinho de papel, mas ela voltou a aterrissar dentro da jaula. Kuni se aproximou do passarinho de novo e montou guarda do lado dele o dia todo, evitando que outros macacos curiosos o tocassem. No fim do dia, ele finalmente conseguiu sair voando”.

· “O grupo cercou as três árvores onde se concentravam os outros primatas. Aguardaram e aos poucos se aproximavam, fechando o cerco. O desespero se abateu sobre a caça. E menos de um minuto o ataque estava feito. Dois chimpanzés rasgavam a carne de um espécime e saboreavam o produto do ataque”.

Uma questão que muitos já fizeram e outros tantos ainda fazem é: “Por que o homem é assim?”. Pesquisadores que estudam chimpanzés e bonobos (sub-espécie dos chimpanzés, e praticamente iguais geneticamente), que compartilham 98,6% do código genético com nós, seres humanos, descobriram que os dois grupos de primatas possuem comportamentos diversos, mas que tais comportamentos díspares se convergem na maneira como o ser humano age.
Por um lado temos os chimpanzés, formam grupos menores, patriarcais, violentos, giram em torno do poder. São mais fortes, robustos, vivem brigando com grupos visinhos, são egoístas, caçam e coletam para sobreviverem. Não hesitam em matar um oponente para garantir fêmeas, comida ou a hierarquia rígida. E eles preferem o sexo com fêmeas mais velhas, e vez ou outra, são carnívoros.
Por outro lado, vemos os bonobos, que formam comunidades maiores, matriarcais, são pacíficos, raramente apresentando comportamento violento. Fazem elos emocionais e sociais por meio do sexo, demonstrando respeito e hospitalidade com grupos vizinhos e não há uma hierarquia rígida. São mais delgados e têm o cabelo repartido no meio; vivem da coleta de alimentos e não têm problema algum em fazer sexo com jovens (entre nós isso se chama pedofilia).
Enquanto os primeiros desenvolveram em ambientes com falta de alimentos, e essa escassez produziu um ambiente estimulante para que os mais fortes sobrevivessem, de forma a criarem mais músculos e um comportamento moral bem próximo ao do lado egoísta, violento e possessivo do ser humano. Os segundos evoluíram em um ambiente de fartura alimentar, promovendo uma sociedade mais pacífica, onde a diplomacia do sexo prevaleceu, se aproximando dos seres humanos nos sentimentos de amor, ajuda a enfermos e desprovidos.
Os cientistas acreditam que as três espécies que evoluíram de um elo comum, tenham também algumas bases comuns. Eles afirmam que o amor materno, a cooperação social, que em alguns é desinteressado e em outros por interesse; a empatia, a política, a formação de amizades e grupos para sobreviverem, são características comuns a bonobos, chimpanzés e seres humanos, e provavelmente nasceu nesse ancestral comum. Com vista nesse ancestral comum, teria cada grupo desenvolvido seu modo de agir com grande influência do ambiente. Os bonobos com fartura de alimentos criaram sua sociedade pacífica; os chimpanzés em um ambiente de alimento escasso criaram uma sociedade violenta; e por último o ser humano, que viveu épocas de abundância e escassez, e, por isso, os cientistas nos define como sendo um “primata bipolar”, com características de bonobos e chimpanzés.
Muitas são as características que os cientistas descobriram, e que colocam mais semelhanças no modo de agir dos grandes primatas, destaco a transmissão de cultura, a criação de ferramentas e até o altruísmo que em cada espécie tem um grau diverso. É óbvio que o grau de desenvolvimento desses talentos encontrou seu ápice no ser humano, mas a presença dessas características nos primatas, nos dá uma visão retrospectiva que facilita a compreensão de quem somos, e, porque somos assim.Essa descoberta do homem como “primata bipolar”, explica porque variamos de um comportamento a outro de acordo com as circunstâncias. Buscamos a fidelidade das fêmeas e essas a proteção financeira para ela e a prole, quando somos chimpanzés; e procuramos as amizades com muitas mulheres, promovendo uma poligamia, como grupos religiosos e outros, de forma a todos ajudarem a criar a prole, quando nos aproximamos dos bonobos. Os cristãos estão tão próximos aos bonobos, que poderia dizer que o bonobo é o cristão dos primatas, ou ainda que o comunismo muito bem se adaptaria a sociedade dos bonobos e não na dos chimpanzés. Enquanto os chimpanzés são os generais ou capitalistas do mundo moderno, e os tempos beligerantes são o ambiente natural dessa espécie.