Nos últimos trinta anos, a participação da energia nuclear na produção de energia elétrica saltou de meros 0,1% para 17%, muito próxima à participação das hidrelétricas. Outro mito cai por terra, aquele que diz que os europeus ocidentais são mais “conscientes” que o resto do mundo “brutalizado”. A AIEA informa que, em termos relativos, a Europa ocidental gera 30% de sua energia elétrica através da energia nuclear, enquanto América do norte, Europa oriental e extremo oriente, esse índice varia de 15% a 17% . Nesta Europa, a França é tida como o baluarte da liberdade e boa consciência. Mas para horror dos moralistas do politicamente correto, a França gera 80% de sua energia elétrica por meio da radioativa mentalidade política que mantém 59 usinas e está com 1 em construção. A Rússia que virou um paradigma nuclear, possui apenas 31 usinas contra 55 japonesas e 104 americanas.
Não serei parcial, acrescento que países como Alemanha, Itália e Turquia estão em processo de desativação de usinas nucleares, substituição e diversificação da matriz energética. Mas isso ocorre em razão de haver outras fontes mais acessíveis nesses países; já em nações como Japão e França onde o consumo cresce e as fontes não-nucleares já foram esgotadas, a energia nuclear demonstra ter um futuro próspero. No Brasil, a riqueza de águas favorece a construção de hidrelétricas, mas essas fazem com que o país fique dependente de São Pedro, e o uso do gás nos coloca à mercê de mastigadores de coca; por sua vez, a energia eólica tem um custo alto e uma produção baixa; e o carvão é limitado em nosso território. A diversificação é necessária, e precisa incluir a fonte nuclear que dará mais autonomia ao país. Digo isso, porque no final das contas quem paga o pato somos nós simples cidadãos, com os apagões e as altas contas de eletricidade.
