FONTE: O Globo de 11/12/2007
Por: Roberta JansenPublicado na prestigiada "Proceedings of the National Academy of Sciences", o estudo estima que nos últimos 5 mil anos a seleção natural ocorreu 100 vezes mais depressa do que em qualquer outro período. Segundo os pesquisadores, a maioria dos novos ajustes genéticos incorporados nesse período estaria relacionada a alterações na dieta (por conta do advento da agricultura) e à resistência crescente a doenças epidêmicas (que se tornaram devastadoras com o crescimento das civilizações).
A evolução é tão acelerada, sustentam os antropólogos, que o homem atual seria geneticamente mais diferente dos seres humanos de cinco mil anos atrás do que estes em relação aos neandertais, de uma espécie distinta. Tal velocidade seria imposta pelo aumento da população de alguns poucos milhões para bilhões nos últimos dez mil anos.
- Tivemos que nos adaptar a novos ambientes - afirmou o coordenador do estudo, Henry Harpending, da Universidade de Utah. - E com uma população cada vez maior, mais mutações ocorreram.
No ponto mais polêmico, os especialistas sustentam que, por conta dessas mutações adaptativas, os seres humanos estão se diferenciando cada vez mais. As teorias mais aceitas atualmente indicam o oposto.
- As raças humanas estão evoluindo de forma separada - disse Harpending, evocando o conceito que para muitos geneticistas está superado. - Os genes estão evoluindo rapidamente na Europa, na Ásia e na África, mas a maioria (dessas mudanças) é exclusiva de cada continente de origem. Estamos ficando menos parecidos e não nos fundindo numa Humanidade única, misturada.